Desde sempre, desde que me conheço, da maneira que quero, tinha o pensamento de que enquanto os outros estiverem felizes eu também estaria.
Percebo minha hipocrisia, a alegria alheia as vezes fere, mostra que pode ser viva e te apagar. Mostra que não necessita de sua existência.
Fui criando em mim algo que não suportava uma coisa corrosiva, que mostrava o quanto podre eu poderia ser, fui escondendo e contendo, como um leão selvagem em uma jaula, como um urso em um cativeiro, como a fera mais temida dentro de um pequeno cubículo. Uma coisa monstruosa, com dimensões extremas de maldade, inveja e dor.
Uma mágoa imensa em ver pessoas rindo enquanto pisavam em você, vendo pessoas subirem por suas costas e sendo os bons moços, vendo pessoas passando você para trás, esquecendo de estender as mãos em momentos necessários, zombando de sua bondade.
Fui percorrendo caminhos estreitos, com pedras pontiagudas, tenho feridas, cicatrizes e imensas dores e mágoas, não esquecendo dos inúmeros traumas e pesadelos, além dos gritos abafados e guardados.
Não preciso de ajuda, sou forte, ou é o que eu realmente quero acreditar ser.
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