sexta-feira, 29 de março de 2013

Não se engane comigo, cara.

Seria tão perverso da minha parte esperar que você sofra. Na realidade não, eu gostaria muito de lhe ver mal, machucado, chorando com cicatrizes que jamais seriam curadas. 


Não é correto.
Sempre sou correta, queria um dia, uma semana, um mês poder correr, gritar, xingar e mostrar que não sou sempre boazinha.


Ah, como eu queria te mostrar o quanto posso ser feroz, mais feroz que um leão atrás de uma gazela, mais veloz que um guepardo, mais observador que uma águia, mais silencioso que uma cascavel, mas amedrontador que uma tarantula.
Mas você só vê meu jeitinho meigo igual ao de um koala, minha quietude igual a de uma preguiça, minha doçura igual ao de um coelho branco, meu olhos cheios de ternura iguais a de um gato.


Que sinto inveja.
Que tenho raiva.
Que posso dar medo.
Que posso gritar e te assustar, como se eu rugisse igual a um leão. 
Mas isso não seria o certo. 
Cansada de mostrar o certo, esconder o errado, 
de controlar o mal, e deixar o bom por fora. 
Cansada de guardar a raiva. 
Cansada de não poder gritar, 
de poder rasgar esse plastico que me sufoca chamado medo, chamado decência.

Ah, você não deveria se enganar comigo. 
Não deveria mesmo, cara. 


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